quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Atrasadíssimo Projeto H #semana01 e #semana02

Antes de iniciar, como no post anterior, durante o processo desse fui ouvindo algumas músicas, rock clássico de novo e um álbum completo do duo Syntax, Meccano Mind - os caras são bons demais. Aqui vai o link pra se poder ouvir esse álbum enquanto lê isso e entrar no clima. É música eletrônica, mas tem uns nuances muito gostosos de lôbrego, pelo menos para mim.



Agora, vamos! 

Atrasadíssimo, como dito no título desse post, no entanto, posso me explicar, fiquei escrevendo, lendo e relendo, arrumando aqui e ali, assistindo mais do que lendo e também trabalhando... por isso, não pude concluir tudo no prazo, mas essa semana creio que também coloco a #semana03 aqui, afinal, a coisa já tá andando melhor que antes. Bem, continuando o que era pra ter sido a #semana01 (rsrsrsrs), venho falar dessa vez sobre contos que li essas duas semanas primeiras semanas, mas, ressalvo, que ainda estou lendo alguns nessa terceira, confesso que a quantidade dessas duas primeiras semanas foi bem menor que pretendia, mas, ao menos foram bons contos. Li alguns contos do livro Contos de Horror do Século XIX e outros de outros livros, como uns de Poe e Algernon Blackwood e Stephen King, que falarei na #semana03. Enquanto escrevo estou em processo de leitura de A Volta do Parafuso, novela inclusa no livro Contos de Horror do Século XIX.


Mas, antes de continuar, quero deixar uma coisa clara aqui, a diferença entre histórias de terror e horror. Existe diferença? Sim, existe, eu mesmo até pouco tempo pensava que eram sinônimo. Sendo sucinto, horror é uma coisa que causa repulsa, nojo, que deixa inquieto,  mas necessariamente, não causa medo, são história de nível mais gore, onde jorra-se sangue à revelia. Terror causa medo, vai te assustando lentamente, criando a tensão, é mais psicológico, sugestivo; dá pra se perceber bem essa diferença nos filmes de horror e terror. Filmes de horror são, geralmente, aqueles filmes de mortes sangrentas (seriais killers e seus afins), os de terror, são filmes mais psicológicos e nos causam medo mesmo, o terror trabalha a subjetividade do mal dentro de nós, enquanto o horror trabalha a repulsa que o humano tem frente às situações. No entanto, uma obra pode conter ambos elementos, claro que um vai estar mais presente que o outro.


 Assim, já colocadas as definições, volto a falar do que li. Na primeira semana li alguns contos do livro Contos de Horror do Século XIX, seleção de Alberto Manguel (Companhia das Letras, 2005).
Esse livro ficou algum tempo fora de catálogo e era possível comprá-lo somente em sebos e seu preço era um pouco salgado, mas então, a Companhia das Letras publicou outra edição e com isso o preço ficou mais acessível. Eu pretendia ler os contos na ordem disposta no livro, e foi o que fui fazendo até chegar no conto A Volta do Parafuso, de Henry James, acho que ele deve ser o décimo conto do livro, aí então eu pularia para alguns específicos mais à frente e os leria avulso até ter lido todo o livro. Acabou que li apenas primeiros contos e agora estou dando continuidade. O primeiro do conto do livro foi o que me fez ler nessa ordem, esse conto, A Mão do Macaco, de W. W. James, já me atraía desde quando eu o soubera no livro. Já o havia lido há algum tempo e não me lembrava de todo sue conteúdo, embora recordasse muito bem de seu final tenso. Em seguida foi o conto foi A Família do Vurdalak, de Aleksei Konstantinovitch Tolstói (esse, primo do Tolstói autor de Guerra e Paz) ,o terceiro lido foi O Cone, de H. G. Wells, o seguinte, Os Lábios, de Henry St. Clair Whitehead, após este, os seguintes, A Última Visita do Cavalheiro Doente, de Giovanni Papini e A Larva, de Rubén Dário, em seguida A Fera de Joseph Conrad e, A Mulher Alta, de Pedro Antonio de Alarcón, e, por fim, A Janela Vedade, de Ambrose Bierce. Antes de começar a ler seus contos, fiz uma boa pesquisa sobre o livro, e também assisti a alguns booktubers falando dele, tais foram Tatiana Feltrin, do canal TLT, Rubens Jr., do canal Ler Vicia e Adriana Zampolli, do canal Livros e Post it, sempre falando bem dos contos ali inseridos, sempre elogiando a coletânea e o elaborador. Foi isso que me levou a adquiri-lo, e não me arrependi. A seleção de contos é bem seleta, esses primeiros contos que li mesmo vi uns q gostei pouco e tb outros que gostei muito, como A Mão do Macaco e Os Lábios (esse surpreendente).

Esse vídeo abaixo é do canal TLT da Tatiana Feltrin, gosto muito do canal dela.

Link do canal: Canal TLT 

No vídeo abaixo ela fala a respeito de "Livros e contos de Horror, de Medo, de Morte, etc...", título do vídeo no canal. Ela não fala apenas do livro em questão, Contos de Horror do Século XIX, mas também aborda outros, tais como Os Melhores Contos Fantásticos, organizado por Flávio Moreira da Costa, Os Melhores Contos de Loucura, também por Flávio Moreira da Costa, Edgar Allan Poe - Collected Stories and Poems, fala do conto Venha ver o Pôr-do-Sol, da Lygia Fagundes Telles, conto Miriam, de Truman Capote, também o conto Casa Tomada do Julio Cortázar (esse conto deve ser demais), O Cemitério e O Iluminado, de Stephen King, Horror em Amityville, de Jay Anson (também é ver um outro post onde ela fala de sua impressão do livro e dos filmes que viu, o interessante que ela "detona" a história e tudo o que ela fala faz sentido - não mudo minha opinião que aquela história é real, mas o ponto de vista dela é bem legal também), por fim, O Exorcista, de William Peter Blatty.

 

Esse outro abaixo é o do cana com Rubens Jr., nesse canal entro sempre pra ver e rever os vídeos.


Um adendo, esse ano o canal já está no sexto ano com o Mês do Halloween e foi esse foi o primeiro canal que tive contato (ainda sou um pouco novo nesse segmento de ver vídeos de booktubers). A abertura do vídeo que vi, de Halloween, me impressionou muito (aquelas criaturas se escondendo atrás das árvores, com aqueles olhos brilhantes me dão medo até hoje, e segundo o Rubens, aquilo foi real, foi uma câmera de segurança que pegou numa fazenda). Bem, continuando, o Rubens foi o primeiro booktuber a "comemorar" o Halloween desse jeito e os vídeos dele valem a pena de serem vistos (assim como os da Tatiana e Adriana). 


Essa foi a terceira postagem desse mês de Outubro desse ano, 2017, onde o Rubens fala de todos os contos que pretende ler nesse mês, é uma imensidão de livros e também de filmes cujos trechos aparecem no vídeo, não vou colocá-los aqui porque ficaria muito extenso, mas pra se ter uma ideia são vários livros de contos onde ele se predispõe a falar de um conto por dia, aqui tem contos do livro que eu disse, Contos de Horror do Século XIX, também tem Poe, tem Richard Matheson, tem Stephen King, Ultra-Carnem do César Bravo (esse eu comprei tem poucos dias e assim que chegar vou lê-lo), M. R. James, tem Lovecraft e Robert Bloch e muitos outros, vale a pena ver esse vídeo também.

Abaixo deixo o link pro canal da Adriana Zampolli, Livros e Post It. Ela não fez resenha sobre esse livro, pelo menos não me recordo assim, contudo creio que em algum dos vídeos dela ela fala do livro, mas peço desculpas a quem ler por não conseguir me recordar, mas ela fala bastante de livros de terror também e também "comemora" esse mês de Halloween.

Link do cana da Adriana Zampolli: Livros & Post It

Agora, continuando com o livro que eu vinha falando antes de me perder falando desses booktubers que sigo e gosto. Começando com A mão do Macaco, este é  um clássico, acredito que ele aparece outras antologia de contos de terror. É um conto que começa bem legal, depois, quando a dita mão aparece, uma tensão vai se desenvolvendo até atingir seu clímax e final, e que final! A história é simples, uma família recebe a visita de um amigo, um senhor militar que esteve na Índia e trouxe de lá um amuleto - a dita cuja mão do macaco. Diz que o amuleto pode realizar três desejos a quem pertence, mas que esses desejos realizados vêm de forma não esperada. Bem, ele decide se desfazer do amuleto de um modo abrupto e o chefe da família acaba tomando-o para si sem a intenção de fazer esses pedidos (isso é o que o autor nos diz, mas, isso que é interessante, dá-se pra ver o subconsciente da personagem se manifestando). Acontece que numa outra feita a família decide fazer um pedido e então vem o desenrolar. O terror no conto é bem sugestivo, e quando chega o final não se sabe no que pensar, não se sabe o que se passou com certeza, só se consegue sentir a tensão do casal de idosos e o pavor que a tempestade fora da casa causa!

O segundo conto, do Tolstói (esse é primo do famoso escritor de Guerra e Paz), A Familia do Vurdalak é interessante também. Não tem aquela atmosfera do anterior, mas é possível sentir os ares do século XIX nele. O legal que representa aquelas noites antigas da época que não existia televisão (e acredito que devia ter um tipo de vantagem nisso, pelo menos é o que vemos romantizado, claro que assistir a filmes e séries é bom, mas que temos que concordar que a televisão tem seus momentos de devoradora da vontade, isso ela tem), onde várias pessoas começam a contar histórias, mas as histórias ali narradas são coisas que "aconteceram com primos", o "tal do um amigo do meu amigo disse" - como lendas urbanas -, e então, um senhor, o mais velho ali, abre a boca e diz que as histórias são fantasiosas, falta-lhes autenticidade, e então, narra uma história própria - que vai praticamente pelo conto todo. Lá ele narra a história de uma família, cujo patriarca sai à caça de um criminoso e diz que se não voltar em 10 dias podem dá-lo como morto, mas, que se voltar após esse décimo dia, não o deixem entrar, pois ele teria se transformado num vurdalak (vampiro). Aqui vai um adendo que encontrei no livro Histórias de Vampiros de Claude Lecouteux: Vurdalak não é um termo das crença russa para vampiro, foi inserido por Pushkin que os emprega exclusivamente nos poemas "Marko Jakubovitch" e "Vurdalak", e são basicamente mortos que saem de seus túmulos e sugam o sangue dos vivos. Portanto, os Vurdalak do conto de Aleksei Tolstoi são nossos vampiros - interessante uma coisa, pelo que li, eles saem durante o dia. O conto é até legal, mas não foi um dos meus primeiros favoritos.

O Cone, de H. G. Wells, é legal também, é tenso e envolve simplesmente o adultério, nada mais. Como sabemos, H. G. Wells era um homem da ciência como vemos em seus livros, e esse conto também fica nesse lado de progresso. É uma ode à industrialização, à maquina, ao processo fabril, e nele temos um marido traído pela esposa com seu amigo. O que vem disso?

Os Lábios, de Henry St. Clair Whitehead, foi um de meus preferidos. É um conto cujo protagonista, Luke Martin, é capitão de um navio negreiro. O negro é narrado como sub-humano no conto, mas não podemos criticar Whitehead quanto a isso, porque são as impressões que vemos do capitão do navio. Luke realmente os detesta e os trata como animais. O sujeito passou parte da vida traficando escravos. Quando está em St. Thomas, capital e cidade principal das Índias Ocidentais dinamarquesas onde deixa alguns escravos, a seu mando um dos capatazes chicoteia uma mulher com uma criança para que se movessem, então, essa mulher negra rapidamente se abaixa e consegue sussurrar uma palavra nos ouvidos do capitão. Aí, a coisa desanda. Chega um momento no conto que o título passa a ser insinuado com o espectral que ele representa e você passa a se perguntar "o que foi que aquela mulher sussurrou? Uma maldição? O quê?" E temos a resposta no conto? Isso não vou responder, fica a cargo da curiosidade, no entanto, posso dizer que após esse encontro o capitão passa a sofrer de uma moléstia que jamais o abandona até entregar-se ao delírio. Alguma coisa errada - muito errada - acontece com ele, e ele não quer admitir isso até que vemos um final excelente.

Os outros quatro seguintes foram os que menos gostei: A Última Visita do Cavalheiro Doente, de Giovanni Papini é uma conversa onírica, sem nexo, não gostei mesmo, entendi seu final, mas ficou como alguma coisa que sei lá, não sei! E, A Larva, de Rubén Dário, uma história até que boa, deve ter sido daí que veio as histórias urbanas da mulher que sai do cemitério na noite de Halloween para se passar de humana. O conto não é ruim, nem devo dizer que ele é batido, pq creio que deve vieram vários outros, mas, senti meio vazio. A Fera, de Joseph Conrad, também seguiu esse caminho de eu gostar pouco. O conto é bem escrito e narra as desventuras de marinheiros num navio, o do título. É um navio cheio de caprichos que em todas suas viagens causa assassínios. Não é de todo ruim, eu apenas não gostei; por fim, A Mulher Alta, de Pedro Antonio de Alarcón, que me foi decepcionante. Ah, é válido dizer aqui que todos os contos tem uma espécie de introdução escrita por outros autores ou críticos, e quando li sobre esse A Mulher Alta esperei coisa boa, coisa grande mesmo. Todo o conto é bem escrito e a história vai bem até chegar em seu final. O final foi um golpe no estômago, a dita mulher alta do conto é tida como uma referência à morte, isso a introdução nos insinua, mas fiquei à deriva no final, sem compreender certo o que foi que aconteceu ali. Excetuando A Fera, os outros contos são bem curtos, rápidos de serem lidos, ainda bem!

O último conto que li antes de chegar no A Volta do Parafuso, foi A Janela Vedada, de Ambroise Bierce. Ainda bem que tive o prazer de ler um conto excelente depois de passar por esses outros. Vou falar pouco do conto, mas garanto que é válido de leitura. É um conto curto que narra a história de um homem com hábitos de eremita. Vive afastado da civilização, próximo a uma floresta que, no passado com sua esposa, derrubou algumas árvores para sua sobrevivência, até que uma desgraça acontece na vida do casal e passam a viver no isolamento. É um conto de final ótimo, acho que um dos melhores finais e gostei dele quase tanto quanto do Os Lábios.

No momento, como disse antes, leio A Volta do Parafuso, de Henry Miller. A leitura não está muito amarrada, demorou um pouco porque fiquei envolto em outros contos e novelas, tais como Os Salgueiros de Algernon Blackwwod, um conto do Capote, e Poe e mais alguns outros - todos indicações desses youtubers que falei antes.

O post ficou bem extenso, maior do que eu queria e vou voltar ainda a postar aqui essa semana sobre os filmes que vi e uma temporada de uma série, assim como desses outros contos que falei no parágrafo acima.

Até logo.

Ah, além do álbum Meccano Mind do Syntax fui ouvindo algumas outras músicas, listadas abaixo:


The Smashing Pumpkins - Perfect
The Smashing Pumpkins - 33
The Smashing Pumpkins - Tonight, tonight
Álbum Meccano Mind - Syntax
Judas Priest - You've got another thing comin
Motley crue - Too young to fall in love
Megadeath - Peace sells
Autograph - Turn up the radio
Twisted Sister - I wanna rock
Ozzy Osbourne - Bark at the moon
Anthrax - Madhouse
Iron maiden - 2 minutes to midnight

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