sábado, 30 de setembro de 2017

Sucesso e Felicidade

Tenho pesquisado o significado de Sucesso. Pesquisado porque a palavra me causa um certo incômodo, não é que seja uma palavra ruim, mas é que seu som me deixa "destranquilo". E quanto mais pesquisava, mais lia, mais perdido ficava. O que significa isso, sucesso? É atingir um objetivo? Ganhar montantes de dinheiro e ter cartões de crédito ilimitados, tendo assim, satisfação financeira? Ou, é sentir o "ser" antes de tudo, ter respeito pelo que se tem e pelo que se é? Ou, acima disso anteriormente dito, respeitar o próprio modo de agir na interação com outrem? Eu não sei ao certo... fico perdido quanto a responder o que é sucesso. Sei que me sinto bem em acordar pelas manhãs e saber que eu sou eu e que eu estou bem. Sei apenas que essa pergunta me fez ainda mais que Sócrates vai sempre ter razão, vai estar certo eternamente ao afirmar: Sei que nada sei.

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Marlena de Blasi e Julie Powell

De antemão digo: não sou crítico literário e nem tenho ares pra fazer isso aqui, não pretendo sê-lo e "julgar" um livro aqui, o que quero fazer é comentar sobre minhas impressões sobre esses livros que tratarei hoje, assim como fiz com livros anteriores. Portanto, peço desculpas às pessoas que discordarem de mim (se é que alguém irá ler isso).


Mil dias em Veneza

Sinopse:


"Este livro pode parecer um conto de fadas, mas é uma história de amor verídica - o amor entre uma mulher e um homem, o amor pela comida e o amor por uma cidade. Por muito tempo, Marlena de Blasi resistiu a ir a Veneza. Até que, em 1989, seu trabalho como chef e crítica gastronômica tornou impossível continuar adiando a viagem. Assim que pôs os pés na cidade, ela ficou completamente seduzida. Seu encantamento foi tão grande que decidiu voltar todos os anos. Em 1993, ela almoçava com amigos quando um garçom se aproximou e lhe disse que havia uma ligação para ela. Do outro lado da linha estava Fernando, um veneziano que, um ano antes, vira Marlena passeando pela Piazza San Marco e se apaixonara à primeira vista. Alguns meses depois, Marlena largava toda a sua vida nos Estados Unidos e se mudava para Veneza, para se casar com o "estranho", como costumava chamar Fernando. Ele não falava quase nada de inglês. O italiano dela se resumia a algumas palavras relacionadas a comida. Ele abrira mão de seus sonhos e levava uma vida monótona e previsível. Ela era mestre em recomeçar e se reinventar. Ele gostava de tudo muito simples, inclusive as refeições. Ela adorava cozinhar pratos elaborados. À medida que eles superam essas diferenças e Marlena vai se familiarizando com as peculiaridades da cultura veneziana, os leitores são presenteados com uma descrição deliciosa e às vezes cômica de duas pessoas de meia-idade que, apesar de tudo, conseguem criar uma relação maravilhosa."

Tem pouco tempo que reli Mil dias em Veneza não sei pela-qual-vez. O livro é bom? Pela sinopse parece-se que vamos ler uma nova Cinderela, uma história ultrarromântica, mas não é bem assim. Primeiro, o romance entre a protagonista-biógrafa-heroina, Marlena, é mais entre ela e a cidade do que entre ela e o "estranho". A relação dos dois seres humanos parece amarrada. Claro que consegue-se ver que existe um caminho ali, uma aprendizagem entre ambos; afinal, não falavam o mesmo idioma e pareciam mais adolescente que pessoas maduras. É nisso que digo que a história é amarrada e em alguns momentos dá-se vontade de abandonar a leitura... então, como posso ter lido esse livro mais de uma vez? O fato de gostar do modo que a poesia se faz presente ali. Existe uma poesia nas frases longas de Marlena, existe a poesia e seu amor com o mercado, de seu amor com Fernando, do fato de ter abandonado uma vida nos EUA e ter ido morar em Veneza com um homem que não conhecia, que vira a primeira vez num encontro que parecia mais um desencontro; que passaram algum tempo nos EUA e ela pôde ver as manias desse homem. Gosto disso no livro. Gosto mesmo. Sei que pelo ano que ela viveu isso seria até compreensível, afinal, nos dias de hoje seria loucura! E bota loucura nisso!!! Afinal, hoje em dia é fácil encontrar um sujeito que vai se comportar como um maluco depois - hoje em dia não existe mais esse salto de fé no romântico como existia algum tempo atrás. Sei que muita gente vai discordar disso, mas, penso assim. Abandonar tudo pra viver um amor, aos 50 anos, é meio doido e romântico ao mesmo tempo. E, é nisso que fico intrigado. O amor no começo era por Fernando ou por Veneza? Será que ela foi apaixonada pela cidade e depois se envolveu sentimentalmente com "o estranho"?

Ela descreve Veneza de um jeito muito bem detalhado, dá pra sentir seus passos pelas pontes, seus passeios pelo mercado, os passeios pelo baia até a ilha de Lido, onde morava com Fernando, é possível ter todas essas sensações. E, tem a parte gastronômica do livro. Dá fome, vontade de comer? Nem sei explicar direito o que dá, mas sei que dá vontade de experimentar alguma coisa diferente. Excetuando isso tudo, fica o arrastado relacionamento, a descoberta de conhecimento entre ambos, os preparativos pra um casamento, a reforma de um apartamento, que segundo ela, poderia ser a alcova de Savonarola e, por fim, um tipo de despedida que dá sequência a um outro livro, esse sim, com maior impacto.

Repito, o livro é ruim? Não, não é. Eu o li a primeira vez quando ainda cursava a faculdade de Letras, em 2011 e o livro me deixou encantado. Claro que naquela época eu estava encantado com Veneza, com as histórias que havia lido da Sereníssima e também havia pouco tempo tinha acabado de reler Chore Para o Céu de Anne Rice, que também tem parte da narrativa em Veneza e ainda estava encantado com a Barcelona de Carlos Ruiz Zafón, portanto, queria mais sobre histórias de históricas cidades europeias. Acredito que esse foi meu primeiro encanto com o livro e que me fez relê-lo algumas vezes e suas sequências.

Mas, como disse anteriormente, a paixão pelos livros de Marlena se aprofundou no subsequente ao Mil Dias em Veneza. Foi a leitura de Mil dias na Toscana que me encantou mais que tudo... ah!... a Toscana. Claro que eu já era apaixonado pela Toscana (influências do filme Sob o sol da Toscana e mais algumas coisas que havia lido - o mesmo amor que tenho pela Provence, influência de Peter Mayle rsrsrsrs) e ao ver que existia esse livro de sequência e que ele estava em minhas mãos, foi sublime.

Ah, ambos os livros eu havia retirado emprestado na Biblioteca Municipal de Lençóis Paulista, cidade que morava na época.

Mil dias na Toscana

Sinopse:

"Há alguns anos, quando se conheceram, Marlena e Fernando se apaixonaram à primeira vista e começaram a viver uma história de amor que mais parecia um conto de fadas. Agora, decidem que chegou o momento de dar adeus a Veneza, onde tudo começou, e partem em busca de uma vida mais tranquila.
O destino escolhido é San Casciano dei Bagni, um vilarejo com 200 habitantes, fontes termais e olivais centenários. De início, Fernando está mais empolgado do que Marlena. No entanto, nesse pedaço de terra onde a Toscana, a Úmbria e o Lácio se encontram, as amizades amadurecem à mesa, em torno de refeições gloriosas regadas a vinho tinto. O que poderia ser melhor para uma chef de cozinha?
Novamente, Marlena e Fernando vivem um caso de amor à primeira vista. Dessa vez pela aldeia e pela vida no campo, pelos vinhos artesanais e pela esplêndida cozinha, pelo céu toscano e pelos sinos da igreja local. Mas, acima de tudo, pelo velho Barlozzo, que os recepciona, os adota e, aos poucos, também se apaixona por eles.
Guiados pelo "duque", eles descobrem tabernas rústicas, onde o jantar é qualquer coisa que tenha sido colhida ou caçada naquele dia; participam da vindima; visitam festivais sazonais; catam castanhas no bosque; saem para caçar trufas e cogumelos selvagens; sobem em árvores para apanhar azeitonas, uma a uma, e depois experimentam o azeite recém-espremido sobre um pão simples de casca crocante.
À medida que o afeto entre eles vai crescendo, Barlozzo começa a mostrar suas feridas abertas e a revelar seus segredos mais profundos. Um deles tem a ver com Floriana, uma linda e agradável senhora que logo se torna amiga inseparável de Marlena.
Ambientado num dos lugares mais bonitos do planeta, Mil dias na Toscana é uma história sobre um estilo de vida simples, doces paixões, amizades e refeições compartilhadas. E, acima de tudo, é uma história de amor verdadeiro ¿ um amor que não tem idade nem fim."


 Bem... Mil dias na Toscana... um bom vinho pra beber enquanto o lê, uma música bem tranquila (eu ouvia regularmente os Noturnos de Chopin enquanto relia esse livro nessa última vez), e abre-se um tipo de mundo mágico cheio de aromas, de comida, de bebida e um tipo de felicidade simples e palpável. Assim, foi pra mim reler Mil dias na Toscana. Como o anterior, Mil dias em Veneza, já reli esse livro inúmeras vezes. Terminei de reler o Toscana ontem, no ônibus enquanto retornava do trabalho e foi a mesma sensação que senti algumas outras vezes, um tipo de despedida, um tipo de saudade que parece que nunca vai ter fim.

Diferente do anterior esse livro tem um pouco mais de ritmo, e não cai na sensação de amor da protagonista-biógrafa-heroina Marlena pela cidade San Casciano dei Bagni... agora existe um amor pelo todo, pelas pessoas - especialmente Barlozzo e Floriana -, pela comida local, pelos vinhos; uma sensação de poliamor constante!

O livro é bom? No skoob dei-lhe 5 estrelas e continuo louvando-o: é um ótimo livro. Tem seus defeitos, não é clássico, mas tem sua poesia e seu próprio ritmo. Existe sempre a sensação da necessidade de estar experimentando, comendo e bebendo, alguma coisa enquanto o lê. O livro é repleto de vinhos (e os Prosseco são sempre lembrados), de ervas selvagens, de animais selvagens, de pães rústicos, de comida rústica, ainda mais quando se trata do restaurante de beira de estrada de Pupa.

A história em si é mais complexa que em Veneza, neste Fernando está presente e não é aquele fantasma de Veneza... e é estranho porque ele parece ser um fantasma que se faz carne pela presença de um outro fantasma (que é de carne), uma assombração que "gruda" no casal durante todo o livro.
Barlozzo, o "duque". Só pra deixar claro uma coisa que faz a ligação entre o primeiro e esse livro: a vontade de "fugir" de Veneza foi de Fernando, ele se sentia cansado da Sereníssima e queria recomeçar em outro lugar e então o casal em sua busca encontrou a Toscana e San Casciano. Logo no primeiro dia, no dia da mudança, começaram as amizades, Marlena conheceu Floriana e naquela noite o "duque", Barlozzo. É interessante como a culinária é intrínseca à narrativa e se você for o tipo de pessoa que não gosta de romances gastronômicos talvez vai achá-lo maçante, bobo, insosso.

San Casciano dei Bagni
O que gosto no livro é a construção e amadurecimento da personalidade do casal em relação ao meio. Eles se autodescobrem e se auto-identificam enquanto vão aprendendo sobre as histórias da pequena cidade, enquanto vão partilhando a comida local, enquanto vão vivendo de acordo com o que tem que ser feito na vida: vivendo na poesia. O livro todo é poético, é uma canção de amor à Toscana e aos costumes locais, é uma ode à amizade e ao amor à boa comida e ao vinho. Tem momentos que fica-se impressionado pela quantidade de vinho consumido pelos toscanos (rsrsrs - ou será que foi inveja?). Barlozzo está sempre presente, assim como Floriana e sempre fica-se com a sensação de que queria ter um amigo assim na vida. Essa figura os apresenta a tudo, os convida para uma colheita de uvas, para uma colheita de azeitonas, para caçarem trufas, e conta sobre a veglia, uma época de fome, e assim, decidem fazer um jantar como acontecia nesse período negro. Eles cozinha, assam pães, bebem muito e passeiam. A Toscana de Marlene é um lugar a ser conhecido. Durante o livro, Marlena fala sobre sua vontade, junto com Fernando, de desenvolver um tour gastronômico na região. Creio que esse tour exista, não pesquisei muito sobre ele, mas creio que exista e é um tour que eu adoraria fazer.

É um livro que decerto voltarei a ler, assim que suas sensações se dissiparem... é um livro que relerei bebendo um bom vinho e ouvindo os Noturnos e Vivaldi (outro que eu ouvia com frequência no decorrer da leitura). A sensação de vazio que me deixou seria preenchida pelo subsequente (que também já li), mas resolvi encarar uma outra leitura.

Julie e Julia de Julie Powell

Resenha:

"Julie estava em crise. Prestes a completar 30 anos, insatisfeita com o emprego de secretária de
repartição pública e sufocada pela pressão crescente para ter um bebê, sentia-se incapaz de dar rumo diferente a sua vida. Para piorar um pouco mais, ainda foi obrigada a se mudar com o marido para uma quitinete em um bairro afastado, a quilômetros de distância do trabalho e dos amigos. Parecia mesmo um beco sem saída. Porém, como costuma acontecer em casos como esse, a solução estava no lugar mais improvável: no velho livro de receitas guardado na cozinha da casa da mãe. Meio por acaso, Julie se surpreende experimentado a primeira receita de Mastering the Art of French Cooking. Onde essa despretensiosa experiência culinária iria parar, nem a própria Julie seria capaz de imaginar. Dado o primeiro passo, ela decidiu seguir adiante e enfrentar o desafio de fazer as 524 receitas contidas no clássico de Julia Child em apenas um ano e escrever um blog relatando a façanha.  Como se não bastasse, teria ainda que lidar com um casamento a perigo, um emprego na corda-bamba e uma possibilidade nada remota de perder de vez a sanidade mental. Tudo isso para, entre risos, lágrimas e vexames, aprender uma saborosa lição sobre a arte do bem viver."

Senti-me desamparado depois que terminei Mil dias na Toscana. Acontece isso algumas vezes quando termino um livro e não tenho em mente o que lerei depois. Eu tinha um plano de leitura, mas não tinha livros específicos. Adquiri o hábito de ver alguns canais do youtube que falam de livros, os tais booktubers. Vejo 2 com uma constância e um terceiro (que foi na verdade foi o primeiro que comecei a ver, e quando digo ver, quero dizer assistir vários vídeos pra depois passar pra esses outros dois) que costumo ver vídeos mais antigos. Os dois que vejo com constância são os:

Livros & Post It
esse da Adriana Zampolli
e

Tatina Feltrin
da Tatian Feltrin

e o terceiro de um cara que é uma figura, muito gostoso de assistir:
Ler Vicia com Rubens Jr.

São três canais bem gostosos de se assistir e que se aprende sobre livros e o ato gostoso de ler e passei um bom tempo vendo os vídeos do ano passado e desse ano, desenvolvendo mais a vontade de ler e até adquirindo alguns livros indicados por ele, assim como passei a conhecer uma nova editora que esse pessoal gosta bastante a editora Darkside.

Mas, dando sequência ao que eu dizia antes de me perder falando desses canais... depois de assistir seus projetos de Halloween do ano passado resolvi criar um meu, pra esse ano. Decidi ler alguns livros no Halloween, no mínimo 4. Bem, então, tinha eu terminado de enamorar o Mil dias na Toscana e ainda não é outubro, ainda não ia querer começar a ler esses livros, ainda mais porque ainda nem os escolhi, tenho uns preferido e dois até definidos, mas ainda não era hora de lê-los, ainda não era hora de eu escorregar pro terror, poderia ainda deixar esse estado melancólico e bucólico que os Mil dias na Toscana criou dentro de mim... mas tinha que ser outra coisa sobre gastronomia, ou vinhos. Como já li algumas vezes Peter Mayle, decidi ler um livro que adquiri já tem algum tempo, mas que não tinha lido: Julie e Julia de Julie Powell.

Creio que o filme é mais conhecido que o livro, eu mesmo pensara que o livro fora consequência do filme e me espantei ao ver que era o contrário. Interessante! O filme já está gravado em mim, e faz parte dessa nova vida que levo, ele esteve presente numa situação que antecedeu essa minha boa nova vida e será sempre lembrado por isso e a vontade de assisti-lo de novo era coisa que sempre ocorria e ocorre (até nesse momento, mas vou esperar para terminar o livro, dessa vez). Então, essa manhã, heis que o tenho em mãos e começo. O primeiro capítulo (que nem tem nada do filme, graças a Deus) é bem divertido, afinal, ali se lê sobre as impressões de derrota da autora, ela se sente perdida, quase aos 30 e sem saber o que fazer, nem tem emprego fixo, é uma aspirante a atriz (e má atriz) e tem um marido que pode estar ficando de saco cheio; et voíla que ela redescobre Julia Child na despensa de sua mãe e as memórias de sua infância retornam. O legal é poder ver isso ser descrito, existe algo bem legal nessas descrições de infância de livros que ela lera, de se achar uma criança diferente, de tudo o que acontecia não ser uma coisa direta de sua vida, mas como se fosse uma vida aparte à sua.

Pretendo terminar esse livro essa semana, e então, cair-me sobre os livros de Halloween e deixar meu encanto pelas histórias de terror se manifestar esse mês... que venham os livros e os filmes pra celebrar o Halloween!

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Hoje!!

Hoje!!!

Não preciso pesquisar dicionário algum pra ver o significado da palavra Hoje, ou mesmo etimologia, ou qualquer coisa que o valha pra poder dar um simples significado a um... sei lá o quê(?)!! Mas sei que Hoje foi único, não foi apenas hoje, ma sim, Hoje. Hoje foi um dia que acordei pela manhã, que senti preguiça de levantar, mas sabia que tinha compromisso e levantei. Tive que fazer a barba (e é um sofrimento toda vez! adoro esse pelo que tenho na cara!) e tive meus afazeres profissionais. No decorrer deles descobri capacidades que antes não sabia que as tinha, e nem ao menos sonhava, cogitava ou desejava, mas que as tenho e me fortaleceram. E, na hora que voltava pra casa, contente, no ônibus...heis a situação:

Sentado, no ônibus, fone de ouvido no lugar, ouvindo o mesmo rock clássico de sempre (e, depois, alternando pro rock pra década de 1990), lendo 1000 Dias na Toscana de Marlena de Blasi, sobre comportamento familiares e degustativos, olho para a janela do ônibus quando vou virar uma página,

a Lua!

significado do verbete lua: "s.f. Satélite em órbita ao redor de um planeta"


Significado pra mim: O que era aquela coisa linda no céu, ganhando força, brilho e forma?!

Sei que tive que parar de ler no momento e ficar olhando, enquanto o ônibus corria, passava pelos pastos e campinas, e lá estava eu, olhando, abobado... então, não pude deixar de sentir, de realmente sentir e poder me expressar... e como pode se expressar alguém, que como eu, nada o faz a que não seja por palavras - escritas, ditas, que o seja! E, heis, que escrevi usando o bloco de notas do celular (afinal, como um ser pode escrever em papel e caneta - como gosto - num ônibus em movimento?!):


Um privilégio ver a Lua enquanto a noite galopa pra vencer mais um dia. Ela, perdida, naquele céu cheio de cores, do azul mais escuro (já sinal do anoitecer), sendo circundada pelos tons de vermelho e roxo, pairando juvenil sobre os pastos com pequenas árvores e cupinzeiros. Ah...!!!, as árvores, elas parecem sorrir enquanto a Lua, dama da Noite, começa a fazer morada, deixando o Sol se esvair, ir descansar no outro horizonte. Essas mesmas árvores parecem desejá-la como eu a sonho agora, como eu a vejo agora, como eu a poetizo agora. Árvores esquálidas... árvores de aparência outonal, mesmo estando a primavera batendo à porta. Árvores esquálidas, dedos de madeira apontado para o céu, acusadores, e ao mesmo tempo, parecendo querer apanhá-la. Lua... Lua minha...

E a noite começa a vencer o dia, dominar tudo. A Lua vem clareando, então, não querendo que esqueçamos que fez-se claridade à pouco, que víamos a luz e que mesmo sendo noite, não devemos temer a escuridão, afinal, ela mesma vem mostrar um caminho; e a oeste, o sol se punha, pedia seu arrego, um dia ido, uma noite pra descansar; um dia ido, uma noite de luar. A oeste, diferentes matizes de cores, num céu límpido, sem nuvens... e o outro lado, Ela, Dama da Noite, senhora do NoiteAdentro, Lua dominante, tornando a noite, dia!