terça-feira, 4 de dezembro de 2018

O que é ler um livro?

O que é ler um livro?

Já me perguntei isso algumas vezes, e, sempre tenho a mesma resposta: prazer. Leitura é prazer (Literatura é uma forma força de prazer), ou ofício, ou modo de fuga de realidade, ou qualquer outra coisa que o seja, ela sempre volta a ser a mesma coisa, ao prazer. Prazer em poder se desligar do mundo real-vívido por alguns instantes e cair em um lugar de criação. Não são os escritores pequenos deuses pessoais que criam mundos alternativos onde a projeção de personagens se tornam funções de vida? Portanto, são realidade alternativas que podem parecer placebos da realidade real, mas tem seu efeito.
Então, o que é ler um livro? É sentir-se nada seu e todo seu ao mesmo tempo, é perder a intimidade enquanto outras "pessoas" criam formas de personalidades... e, gente, quem nunca pegou-se utilizando um bordão de uma persoangem (que goste ou não) em algum momento da vida? Eu mesmo fiz isso várias vezes.
Redundante é qualificar o ato de ler - isso tem sido muito feito. Mas, não posso deixar de ressaltar que ler ajuda a transformar a percepção de mundo. Ler, livros de ficção ou não-ficção, muda a perspectiva quanto o que é real e o quanto é manipulado para que creiamos que seja real. Ler dá, ou melhor, concede, a perspicácia de aperceber-se da conjuntura do ser real à nossa percepção.
Portanto, retorno a fazer a pergunta: o que é ler um livro?
Ler um livro, pensando bem, vejo que Hesse tem razão, ler é um ato de Contemplação. Creio nisso agora, penso que isso está certo agora, depois de ler e reler o que ele nos mostra ao falar de contemplação em relação à leitura:

"Contemplação, não é pesquisa ou crítica; ela nada é senão amor. É o mais nobre e desejável estado da nossa alma: amor sem desejo" (Herman Hesse - Pequenas Alegrias)

Pra mim ler se tornou isso, um ato de contemplação (e absorção) do que está acontecendo no mundo fictício-real-imaginário-de-outrem e que se torna meu. E, contemplo sentindo o prazer que a leitura me dá.

domingo, 1 de julho de 2018

Vinho, meu amigo!



Vinho, meu amigo
de ti não só pouco beberei.
Sorverei cada gota
com a suavidade da tua uva,
compreendendo cada nuance
de tu estar ali - presente
em taça viva
de luz e tu - vinho!, vinho, meu amigo!

Belo está nessa noite -
também em todas anteriores.
Hoje belo, de forma lôbrega,
cuja melancolia esconde
a tristeza de saber
de ti que está quase findo,
bebo de ti - meu amigo, a última gota.

Mas, o adeus que a ti digo
tornarei logo a dizer,
dizer e repetir
repetir, sempre repetirei
afinal, meu amigo vinho!, vinho, meu amigo,
amanhã uma nova noite sairá
e novamente a ti, noutra garrafa,
amarei.

Ricardo Santos 07/2018

quarta-feira, 20 de junho de 2018

Boa noite Sr. Outono

Boa noite, Sr. Outono, em sua última noite esse ano. Amanhã teremos Mr. Winter e seus dedos gélidos iniciando sua temporada em nossas vidas. A primeira noite de muitas outras, nesses três meses, de inverno. Gosto do Sr., Sr. Outono, mas Mr. Winter é mais interessante... Contudo, seu fim só me faz pensar em uma coisa, na doce primavera que está apenas a 3 meses de chegar, e então... aí, teremos minha estação preferida! O reinício de tudo.

domingo, 25 de março de 2018

Ainda é dia, mas escrevo!

Ainda é dia, começo de tarde de um domingo, mas mesmo assim, escrevo:

Fico aqui pensando comigo, como algumas pessoas conseguem serem excepcionais em algumas coisas? Peguei-me pensando nisso ao ver e ouvir um sujeito tocando Paganini no youtube. Em alguns momentos parece que os dedos deles se misturam com as cordas, o som se mistura com o próprio ser do balançar do violinista, e, aquilo traz uma melodia tão gostosa, tão maciça, que é incrível. Depois, mudei meu pensar para os escritores. O que faz um livro de um escritor ser bom, não digo ser agradável de leitura - aquele tipo que lê-se e descarta-se tão logo findado, mas sim, aquele livro que penetra a alma, que traz emoção ao leitor, como um Goethe, por exemplo? E então, fui para lado dos cientistas, com o mesmo tipo de pensamento. Por que da Vinci era como era? Por que Einstein era como era? Por que os filósofos da antiguidade, da idade média e moderna eram como eram e são como são? 

Pensando, vi uma resposta bem interessante. Todos essas personas e afins que cito acima são talentosas? Sim, são. Têm dons específicos que fazem com que seus cérebros e sentidos tenham maior capacidade de absorção de conhecimentos específicos? Sim, decerto. Tem sensibilidade e perspicácia? Absolutamente! Mas, todas elas também tem duas coisas que me faltam: dedicação e disciplina. É espantoso como o ato de tocar um violino e tocá-lo novamente, e novamente e novamente... de elaborar um pensamento e repensá-lo e repensá-lo... de pesquisar, descobrir, quantificar e refazer tudo aquilo... de escrever, de reescrever, de tornar a escrever e reescrever... é impressionante como esses atos lapidam uma pessoa, como as transformam em seres que olhamos e admiramos. Uma vez ouvi um palestrante dizer que algumas pessoas chegam nele e perguntam: "Como você consegue ler tanto?" e ele respondeu, "Eu simplesmente sento e leio". Falta muito disso em mim... infelizmente! Só posso desejar-me mais disciplina, mais perserevança, mais dedicação... e também, mais joie de vivre ao fazer isso!