domingo, 29 de janeiro de 2012

Fim de 20.000 Léguas, início de uma odisséia!

Fim de 20.000 Léguas Submarinas do Verne, e emendei outro livro na sequência, Grandes Livros, de David Denby. É bem provável que esse livro seja bem conhecido. Mas se quem estiver passando por essas não o conhece digo: "Leia-o imediatamente." O livro é fantástico. Tive contato com ele pela primeira vez em 2004 e desde então ele permeia meus pensamentos. Claro que esse primeiro contato já ronda uma década e foi isso que mexeu comigo. Uma década! E quantos livros li de Grandes Livros? Um outro outro, acho que devo ter lido uns dois e tentado ler alguns, mas minha mente pobre não deve ter conseguido assimilar o que as páginas me mostravam e abandonei-os logo de início sem tentar, ao menos, uma batalha contra minha ignorância e forçar-me a uma adaptação à leitura (o mesmo erro que cometi pouco tempo atrás ao ter em mãos No Caminho de Swann, da série Em Busca do Tempo Perdido, que abandonei antes da cinquentas primeiras páginas por achar a leitura enfadonha e sem rendimento. Mas quem não tinha o rendimento: o livro ou eu? Claro que o ignorante aqui). Continuando, acabei por não ler todos os livros que prometi a mim mesmo, em 2004, que leria. Acabei não fazendo as anotação que comecei a redigir num caderno, sobre os livros que Grandes Livros me apresentava e acabei perdendo o tempo que passeei pelas páginas doces e amargas de Grandes Livros. Portanto, perdi Grandes Livros e me encontro novamente na estaca zero. O que também é gostoso, afinal lerei-o como da primeira vez - tentando, agora, não cometer os erros antes cometidos, mas como sei que sou burro é bem capaz de fazer tudo de novo.


Falando do mar.... 20.000 Léguas Submarinas realmente é fabuloso. Quem não se encanta com as descrições do Professor Aronnax? A figura excêntrica do Capitão Nemo é ao mesmo tempo carismática e sinistra. Quando soube do livro a primeira vez não tive interesse. Eu devia ter nada mais que uns 16 anos e naquela época era encantado por Stephen King e os similares de terror, se não me engano passei um quinquênio lendo-os e relendo-os e até escrevendo contos de terror. Não tinha, portanto, tempo para histórias de aventura, tinha deixado morrer em mim esse interesse. Estranho. Estranho mesmo porque passei boa parte da pré-adolescência e adolescência (até antes de chegar nessa parte tétrica da curta vida onde me apaxionei pelo terror, bem e até hoje sou meio apaixonado por isso, até hoje leio Lovecraft, Rice e King). Mas, então, não dei a devida atenção a esse livro antes dessa data que escrevo. Novamente o livro bateu em minha porta ao assisitr o filme Esfera. Lá estava a referência ao 20.000 Léguas e mesmo assim não o li, e com isso perdi novamente mias de uma década, já que Esfera é de 1999 ou por aí. Então, decorreu que não sei que diabos me deu no fim de 2011 veio a vontade de ler. Estava eu passeando pelos corredores da Biblioteca Municipal de Lençóis quando vi Dumas, lá estava os três volumes de O Conde de Monte Cristo. A vontade de relê-los bateu em mim, mas eu queira alguma coisa mais curta, mas também que tivesse efeito. Já tinha em mãos Grandes Livros e queria poder ler alguma coisa interessante antes de finalmente passear pelas páginas de Denby. Há!, foi nisso que vi Verne. E foi aí que apanhei 20.000 Léguas Submarinas. Isso tme quase dez dias já, mas a sensação que tenho ainda é a de agora. E já sei o que lerei logo: A Ilha Misteriosa, de Verne também, lá temos novamente a figura potente de Nemo.

Agora, voltando para os Grandes Livros. Numa introdução do livro, Denby nos fala a respeito desse curso que frequentou na Universidade de Columbia, em Nova Iorque antes de escrever o tal livro. Ele já tinah feito esse curso nos anos 60, mas o vazio duma vida agitada e cheia de informações, na maioria descartáveis, o levou a frequentar novamente o curso que deu origem ao livro. Ali temos ele lutando com Homero, com Woolf, com Ésquilo, Platão, Virgílio e também a Bílbia. É um livro que trata dessa batalha, dá batalha dum homem que tem em mãos grandes livros e vê-se lutando contra eles, até se render ao seu poder e passar a ser domesticado pelas suas páginas. Estou reiniciando, ou mesmo iniciando, prefiro descartar a primeira vez que o li, e espero conseguir lê-lo novamente na sua totalidade e no decorrer de sua leitura, enfrentar também os dragões que são os livros referidos nele.

 Ah, tá, antes que me esqueça, Esfera também é uma adaptação dum livro de Michael Crichton que vale a pena ser lido. Ainda não o li, mas o farei esse anos e ao fazê-lo contarei o que senti para quem quer que seja que leia esse blog.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Da Solidão

Sequioso de escrever um poema que exprimisse a maior dor do mundo, Poe chegou, por exclusão, à idéia da morte da mulher amada. Nada lhe pareceu mais definitivamente doloroso. Assim nasceu "O corvo": o pássaro agoureiro a repetir ao homem sozinho em sua saudade a pungente litania do "nunca mais". Será esta a maior das solidões? Realmente, o que pode existir de pior que a impossibilidade de arrancar à morte o ser amado, que fez Orfeu descer aos Infernos em busca de Eurídice e acabou por lhe calar a lira mágica? Distante, separado, prisioneiro, ainda pode aquele que ama alimentar sua paixão com o sentimento de que o objeto amado está vivo. Morto este, só lhe restam dois caminhos: o suicídio, físico ou moral, ou uma fé qualquer. E como tal fé constitui uma possibilidade - que outra coisa é a Divina comédia para Dante senão a morte de Beatriz? - cabe uma consideração também dolorosa: a solidão que a morte da mulher amada deixa não é, porquanto absoluta, a maior solidão.

Qual será maior então? Os grandes momentos de solidão, a de Jó, a de Cristo no Horto, tinham a exaltá-la uma fé. A solidão de Carlitos, naquela incrível imagem em que ele aparece na eterna esquina no final de Luzes da cidade, tinha a justificá-la o sacrifício feito pela mulher amada.

Penso com mais frio n'alma na solidão dos últimos dias do pintor Toulouse-Lautrec, em seu leito de moribundo, lúcido, fechado em si mesmo, e no duro olhar de ódio que deitou ao pai, segundos antes de morrer, como a culpá-lo de o ter gerado um monstro.

Penso com mais frio n'alma ainda na solidão total dos poucos minutos que terão restado ao poeta Hart Crane, quando, no auge da neurastenia, depois de se ter jogado ao mar, numa viagem de regresso do México para os Estados Unidos, viu sobre si mesmo a imensa noite do oceano imenso à sua volta, e ao longe as luzes do navio que se afastava. O que se terão dito o poeta e a eternidade nesses poucos instantes em que ele, quem sabe banhado de poesia total, boiou a esmo sobre a negra massa líquida, à espera do abandono?

Solidão inenarrável, quem sabe povoada de beleza... Mas será ela, também, a maior solidão? A solidão do poeta Rilke, quando, na alta escarpa sobre o Adriático, ouviu no vento a música do primeiro verso que desencadeou as Elegias de Duino, será ela a maior solidão?

Não, a maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana. A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, e que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro. O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e de ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes da emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto da sua fria e desolada torre.

In Para viver um grande amor, Editora do Autor .1962

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Nostalgia (ai que saudades do VHS)

Na noite passada fui atingido por um sentimento tão profundo de nostalgia que parece ter-me levado a um tipo de "revelação interior" pouco usual. Senti, de repente, saudades da época que eu assistia filmes num vídeo-cassete, isso lá pelos anos de 1994 a 2003. Bem, essa saudade surgiu numa conversa num horário de jantar do meu trabalho com um amigo de quase duas dezenas de anos. Estávamos sentados, conversando sobre filmes quando surgiu no meio do nada uma fala dele falando da época que locávamos filmes. Disse-me então que parecia, naquela época, ser mais gostoso ver filmes. Mas anuimos com o fato de que parecia ser mais gostoso ir na locadora de vídeos e locar os filmes. Sabe, gente, aquela coisinha que ficava em nós, como a sorte de estar lá o filme que queríamos ver, ainda mais quando eram lançamentos. Era trabalhoso locar um filme naquela época - dentre 1996 à 2000. Era trabalhoso, sim. Eu mesmo me recordo o trabalho que tive pra conseguir achar uma fita de Matrix no fim de 1999, eu queria assistir o filme na noite de Reveillon, era viciado naquele filme, então, e lembro-me de ter ligado naquela tarde de 31 de dezembro para quase todas as vídeo-locadoras de Lençóis e só ahcei o filme em uma. 'Tá bem, o filme era lançamento então e The Matrix estava no auge. Loquei-o e o assisti. Era trabalhoso, mas divertido e empolgante locar um filme de vídeo-locadora - dá saudades. Recordo-me também da febre que eu tinha para ver filmes. Recordo-me claramente da primeira vezes que assisti alguns, como: Assassinos, Twister, Seven. Recordo-me de ir à locadora e ficar uma ou duas horas por lá, conversando com um dos donos a respeito de filmes. Tinha eu, na época, 17 ou 19 anos. E quanto a filmes gravados na televisão!!! Recordo-me claramente, mas claramente mesmo, da febre que sofria para ver filmes na Tela-quente, ou Domingo Maior, ou Super Cine. Via o comercial anunciando o filme e preparava a fita. O filme começava e lá estava eu com o rec apertado, gravando-o. Era maravilhoso. Era gostoso demais ver filmes assim. Hoje ainda tenho esse gosto, mas não como o era antes, quando eu assistia um ou dois filmes todos os dias, quando varava madrugadas de sexta-feiras ou sábados assistindo-os. Chegava a ver cinco ou seis filmes num fim-de-semana. Era gostoso. Hoje ainda chego assistir quatro ou cinco filmes por semana, mas não é como era naquele tempo. Ainda é mágico, ainda tem magia, sim. Ainda assisto Twister, Assassinos, Seven, Clube da Luta, mas não é como era naquele tempo. Acredito que não perdi o toque mágico de ver um filme, acredito que o que perdi foi parte da ingenuidade que me acompanhava quando os via. Hoje, uns quinze anos mais velho, talvez aquela ingenuidade que a magia que um filme pode fazer o espectador arregalar os olhos e dizer uau! em parte já deve ter sido esquecida. Claro que ainda tem filmes que vejo e chego a ficar arrepiado. Claro que sim, olha só o Batman - O Cavaleiro das Trevas, A Origem, Sherlock Holmes, A Ilha do Medo e alguns outros que não recordo o nome agora. Esses aí ainda conseguem fazer-me arrepiar cada vez que os assisto - e os assiti algumas vezes já. Mas já não é mais a mesma coisa ir à vídeo-locadora.

Ai, que saudades da locação dum VHS.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

De Hemingway a Verne

Bem, como já escrevi anteriormente, eu lia París é uma festa, e Hemingway faz-nos ver que realmente é uma festa, uma festa pra vida toda. Bem, o li novmente. E sei que o relerei, não em breve, mas talvez ainda esse ano. Com tantos livros ainda para ler, reler o mesmo livros inúmeras vezes pode parecer estupidez. Claro que pode, mas não o é, isso se o livro for bom, como esse é. Já li e reli - e relerei - Paris é uma festa, Peter Carmezind, de Herman Hesse - que tive a sorte de achar num sebo uma edição que eu há tempos procurava -, O Apanhador no Campo de Centeio, esse sim, é doentio ler e reler, mas o faço todo ano, La Bodega, o único livro que achei "lível" do Noah Gordon (fãs do cara me perdoem, mas La Bodega é uma canção de amor às vinículos e aos vinhos), e finalmente, A Sombra do Vento e O Jogo do Anjo, ambos de Carlos Ruiz Zafon. Esses livros contém uma mágica que adoro, mas ainda falta um... e aí, agora entra a hora de meu pecado: O Alquimista, Paulo Coelho. Está bem, tem muita gente que critica o cara, mas mesmo esses que criticam o lêem. Eu mesmo o critico e o leio (sei que é por inveja, eu GOSTARIA DE SER LIDO COMO ELE É NO MUNDO TODO, deve ser por isso que ele é tão criticado. Se é literatura ou não, somente o tempo dirá).

Mas então, lá estava eu, finalizando Paris é uma festa e sentindo o peito ser comprimido novamente, a dor da saudade de um livro que finda (por isso a releitura é importante, acredito). E senti-me impelido a lê-lo novamente. Fi-lo. E o fiz mnais rápido que da vez anterior. Li o  livro em praticamente um único dia. E o fechei. Foi como descer um caixão num túmulo (exagerei na metáfora, ainda mais tendo visto um caixão importante descer num túmulo esse início de ano, o de minha Mãe). Mas pode-se dizer que foi isso que senti. A saudade de París, que não conheço. A vontade de poder viver do que escrevo (ai, ai, ai, meu Deus, eu morreria de fome antes do fim do primeiro mês disso, não sou tão bom assim pra poder viver de escrever). E então, ao terminar de lê-lo caí em Proust. Em Busca do Tempo Perdido entra em qualquer seleção de leitura da literatura ocidental moderna. Sete livros. Talvez fantásticos. Mas não foi dessa vez que os li. Briguei com Proust. Briguei mesmo. Enfadonho, e pelamordeDeus, eu não cosneguia me concentrar ao lê-lo, para lê-lo. A culpa decerto é minha, ainda devo ser ignorante deveras para lê-lo. Ainda tenho muto o que ler, tenho muito o que aprender para poder sentar-me ouvindo Bach ou Schubert e poder lê-lo (adoro ouvi-los quando leio, ou mesmo algum blues - é fantástico ouvir blues e ler ao mesmo tempo). Mas então senti-me inócuo, incapaz. Vazio. Vazio mesmo. O que ler então? Fique preso nisso. Stuck in a moment de verdade. Eu estava com dois outros livros pra socorro, mas não me socorreram. King e Rice - Insônia e A Hora das Bruxas. E eles não me socorreram. Vazio. Senti-em assim. Vazio mesmo, sem nada para oferecer a mim mesmo. Um estranho nesse parque de viersão sinistro que sou eu - que é minha mente.

Mas, então findou-se o dia e fui a um dos meus lugares de paz. A Biblioteca Municipal aqui de Lençóis. Comeceia  andar entre os livros ainda sem decidir, ainda sem ver. Pensei em apelar para a Filosofia, cheguei a pegar o A História da Filosofia, do Will Durant, mas lembrei-me que o tenho e que mesmo ele não me interessou novamente. Para onde ia então a vontade de ler? Deus do céu. E meus planos de leitura? Eu não estava com eles em mão, não sabia onde estavam e não os recordava. Os livros simplesmente desapareceram. Simples assim. Foi então que cheguei a ele, Verne. Julio Verne. E ao ler o nome do autor na lombada do livro veio-me a imagem de Samuel L. Jackson atemorizado no fundo do oceano com 20.000 Leguas Submarinas a mão e com medo do polvo gigante. Verne. Um salvador. Apanhei o livro. Era ele, era ele que eu leria até arrumar a bagunça que fiz nas minhas leituras - como sou um filho da puta displicente! E então, quando voltava para a bancada do atendente da biblioteca veio Grandes Livros em minha mente. Claro! Era ele também. Como a Biblioteca Origines Lessa é boa! Era outro salvador. Corri até o atendente para apanhar o livro. O cara o pegou e então, estava tudo bem. Eu estava salvo. Mas aí aconteceu o engraçado. Aí, sim, eu posso usar aquele frase futebolística: Aí, sim eu fui surpreendido! Hemingway, O Jardim do Eden. Mas, não o levei. Não fiz como ele fazia na livraria da Sylvia Beach quando via um livor que queria muito ler (isso ele deixa claro no Paris é uma festa). Não o fiz. Não o apanhei. Mas terei a dignidade de fazê-lo asism que terminar esses dois. Estou lendo rápido agora, me dedicando realmente aos livros e deixando o computador e as coisinhas estupidas de lado. Dedico-me a ver a figura linda de minha mulher e minha filha e aos livros. Ah, como é bom ler... e ainda mais tendo em mãos salvadores duma alma torturada, como a minha, pela indecisão. Graças a Verne, a Denby e Hemingway (não que King e Rice sejam desmerecidos, mas ainda não é a vez deles, ainda não voltei ao pop tão fortemente quanto ao fim de ano - um novo ano, um novo início).


Até mais, gente.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Leituras de fim e início de ano

Comecei o ano bem em leituras, ao menos eu acredito que o seja. O último livro completo que li no fim do ano passado foi Dexter Design de um Assassino. 'Tá bem, leitura pop, mas e daí? Quem não se apaixona por Dexter, tanto a figura do seriado quanto a personagem do livro? Dexter é Dexter e pronto. Acredito que qualquer pessoa que chegar a ler um Dexter ou a assistir algum episódio do seriado ficará encantado com ele. Mesmo que temos ainda a alegria de saber que o seriado - Graças a Deus - não segue fielmente a sequência de livros, apenas a primeira temporada tenta “arremedar” o primeiro livro da série, e consegue pegar o que tem se quer retirado e transformado para um programa, como o foi. Por isso o interessante é assistir Dexter e também lê-lo, porque mesmo sendo diferente do livro, a figura do Michael C. Hall fica na mente da gente enquanto vemos todo o sarcasmo corrosivo dele solto desenfreadamente. Após deixar Dexter e seu Passageiros das Trevas, vi-me novamente apanhado pelo pop e passageiro da literatura: Stephen King (tudo bem tem gente que diz ele não ser literatura - pode até não ser, mas como eu queria coisas mais suaves para ler, o li). Iniciei a leitura de Duma Key em dezembro e atravessei o ano novo com o livro nas mãos... é relaxante. Não é aquele terror absurdo, na verdade nem acredito que aquilo seja terror, mas antes um trabalho de cunho psicológico e em parte King deixa para os leitores julgarem se aquilo pode ser terror ou não. Acho que a história é mais um suspense fantasmagórico que um terror, mas como diria Wireman “Essa é minha opinião”. O livro também não é totalmente ridículo (como alguns trabalhos dele são) e você até adquire um certo carisma por Edgar Freemantle e Wireman no decorrer das páginas do livro (e olha que passam de 600, mas no final, quando se vê que está acabando, aparece a saudade da personagem e uma vontadezinha de recomeçar a leitura - mas é claro que como eu tinha mais coisa para ler terei que deixar isso para daqui a alguns anos).
Então, lá estava eu terminando King e olhando para a pequena peça de rack que tenho em meu quarto onde ficam alguns de meus livros e admirando um de capa dura, azul e branco com o desenho da torre Eiffel: Paris é uma festa! Bem, meus queridos, aí sim, aí sim não estou sendo jogado nessa cultura literária pop (e agradável), mas sim, estou indo em caminho ao que pode ser visto como clássico. Hemingway. Ernest Hemingway é foda! Dele li somente O Velho e o Mar, que também acabei assistindo a uma versão antiga do filme que deve ter sido rodada pela década de 60 ou 70 do século passado. O livro (O Velho e o Mar) é ótimo , o filme até que é bem fiel, mas sei lá, acho que eu com minha ignorância cinematográfica não saberia como gostar dele de verdade... gosto quando sobem os créditos, no final e mostra os pescadores da aldeia saindo com seus barcos para pescar antes da manhã chegar, é bem agradável ver aquilo. Mas deixando a digressão de lado e voltando para Paris...  do livro posso dizer que Paris é uma festa, sim, e também um sonho... sonho que até gerou o filme Meia-noite em Paris, de Woody Allen. A Paris dos anos 20, a Paris que Allen retrata nos passeios noturnos de Gil. E lendo Hemingway tem-se essa idéia tanto de infinitude quanto de uma cidade fantástica, idílica, onde tudo-fica-bem-por-pior-que-o-seja. E hoje, trabalhando, andando sob a chuva, tive essa divagação de Paris, do filme e do livro, já que Gil adora Paris sob a chuva e recordando-me de Hemingway falando da Paris outonal tive idéia de que isso acontecia aqui, hoje, já que esse tempo parece louco. Parece outono, quase inverno, embora não esteja frio, mas todo o céu, e o vento, e a chuva, mostram isso, que parece um nascimento de inverno.
Após a releitura de Paris é Uma Festa talvez eu caia nas graças de Proust (ou quem sabe de Noah Gordon com seu cantante La Bodega, ainda não sei). E logo terei que me dedicar a livros que realmente devem ser lidos: clássicos. Tenho que voltar pra faculdade afiado em leituras pra não passar vergonha ou qualquer coisa desse tipo.
Ai, ai, ai, ai... ‘té mais.