segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

De Hemingway a Verne

Bem, como já escrevi anteriormente, eu lia París é uma festa, e Hemingway faz-nos ver que realmente é uma festa, uma festa pra vida toda. Bem, o li novmente. E sei que o relerei, não em breve, mas talvez ainda esse ano. Com tantos livros ainda para ler, reler o mesmo livros inúmeras vezes pode parecer estupidez. Claro que pode, mas não o é, isso se o livro for bom, como esse é. Já li e reli - e relerei - Paris é uma festa, Peter Carmezind, de Herman Hesse - que tive a sorte de achar num sebo uma edição que eu há tempos procurava -, O Apanhador no Campo de Centeio, esse sim, é doentio ler e reler, mas o faço todo ano, La Bodega, o único livro que achei "lível" do Noah Gordon (fãs do cara me perdoem, mas La Bodega é uma canção de amor às vinículos e aos vinhos), e finalmente, A Sombra do Vento e O Jogo do Anjo, ambos de Carlos Ruiz Zafon. Esses livros contém uma mágica que adoro, mas ainda falta um... e aí, agora entra a hora de meu pecado: O Alquimista, Paulo Coelho. Está bem, tem muita gente que critica o cara, mas mesmo esses que criticam o lêem. Eu mesmo o critico e o leio (sei que é por inveja, eu GOSTARIA DE SER LIDO COMO ELE É NO MUNDO TODO, deve ser por isso que ele é tão criticado. Se é literatura ou não, somente o tempo dirá).

Mas então, lá estava eu, finalizando Paris é uma festa e sentindo o peito ser comprimido novamente, a dor da saudade de um livro que finda (por isso a releitura é importante, acredito). E senti-me impelido a lê-lo novamente. Fi-lo. E o fiz mnais rápido que da vez anterior. Li o  livro em praticamente um único dia. E o fechei. Foi como descer um caixão num túmulo (exagerei na metáfora, ainda mais tendo visto um caixão importante descer num túmulo esse início de ano, o de minha Mãe). Mas pode-se dizer que foi isso que senti. A saudade de París, que não conheço. A vontade de poder viver do que escrevo (ai, ai, ai, meu Deus, eu morreria de fome antes do fim do primeiro mês disso, não sou tão bom assim pra poder viver de escrever). E então, ao terminar de lê-lo caí em Proust. Em Busca do Tempo Perdido entra em qualquer seleção de leitura da literatura ocidental moderna. Sete livros. Talvez fantásticos. Mas não foi dessa vez que os li. Briguei com Proust. Briguei mesmo. Enfadonho, e pelamordeDeus, eu não cosneguia me concentrar ao lê-lo, para lê-lo. A culpa decerto é minha, ainda devo ser ignorante deveras para lê-lo. Ainda tenho muto o que ler, tenho muito o que aprender para poder sentar-me ouvindo Bach ou Schubert e poder lê-lo (adoro ouvi-los quando leio, ou mesmo algum blues - é fantástico ouvir blues e ler ao mesmo tempo). Mas então senti-me inócuo, incapaz. Vazio. Vazio mesmo. O que ler então? Fique preso nisso. Stuck in a moment de verdade. Eu estava com dois outros livros pra socorro, mas não me socorreram. King e Rice - Insônia e A Hora das Bruxas. E eles não me socorreram. Vazio. Senti-em assim. Vazio mesmo, sem nada para oferecer a mim mesmo. Um estranho nesse parque de viersão sinistro que sou eu - que é minha mente.

Mas, então findou-se o dia e fui a um dos meus lugares de paz. A Biblioteca Municipal aqui de Lençóis. Comeceia  andar entre os livros ainda sem decidir, ainda sem ver. Pensei em apelar para a Filosofia, cheguei a pegar o A História da Filosofia, do Will Durant, mas lembrei-me que o tenho e que mesmo ele não me interessou novamente. Para onde ia então a vontade de ler? Deus do céu. E meus planos de leitura? Eu não estava com eles em mão, não sabia onde estavam e não os recordava. Os livros simplesmente desapareceram. Simples assim. Foi então que cheguei a ele, Verne. Julio Verne. E ao ler o nome do autor na lombada do livro veio-me a imagem de Samuel L. Jackson atemorizado no fundo do oceano com 20.000 Leguas Submarinas a mão e com medo do polvo gigante. Verne. Um salvador. Apanhei o livro. Era ele, era ele que eu leria até arrumar a bagunça que fiz nas minhas leituras - como sou um filho da puta displicente! E então, quando voltava para a bancada do atendente da biblioteca veio Grandes Livros em minha mente. Claro! Era ele também. Como a Biblioteca Origines Lessa é boa! Era outro salvador. Corri até o atendente para apanhar o livro. O cara o pegou e então, estava tudo bem. Eu estava salvo. Mas aí aconteceu o engraçado. Aí, sim, eu posso usar aquele frase futebolística: Aí, sim eu fui surpreendido! Hemingway, O Jardim do Eden. Mas, não o levei. Não fiz como ele fazia na livraria da Sylvia Beach quando via um livor que queria muito ler (isso ele deixa claro no Paris é uma festa). Não o fiz. Não o apanhei. Mas terei a dignidade de fazê-lo asism que terminar esses dois. Estou lendo rápido agora, me dedicando realmente aos livros e deixando o computador e as coisinhas estupidas de lado. Dedico-me a ver a figura linda de minha mulher e minha filha e aos livros. Ah, como é bom ler... e ainda mais tendo em mãos salvadores duma alma torturada, como a minha, pela indecisão. Graças a Verne, a Denby e Hemingway (não que King e Rice sejam desmerecidos, mas ainda não é a vez deles, ainda não voltei ao pop tão fortemente quanto ao fim de ano - um novo ano, um novo início).


Até mais, gente.

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